Sunday, February 6, 2011

Do lado de fora da Janela

Dois homens, ambos seriamente doentes, ocupavam o mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar em sua cama por uma hora à tarde para ajudar a drenar a secreção dos pulmões. Sua cama ficava do lado da única janela do quarto. O outro homem tinha que permanecer deitado o tempo todo. Eles conversavam por horas e horas a fio. Eles falavam sobre suas esposas e famílias, suas casas, seus empregos, seus envolvimentos com o serviço militar, sobre onde tinham passado as férias.
A cada tarde, quando o homem na cama perto da janela podia ficar sentado, ele costumava passar o tempo descrevendo para seu companheiro acamado tudo o que ele conseguia ver fora da janela.
O homem na outra cama começou então a viver através daqueles períodos de uma hora quando seu mundo era ampliado e enriquecido por toda a atividade e cor do mundo lá fora.
A janela dava para um parque com um belo lago. Patos e marrecos brincavam na água enquanto crianças brincavam com seus barquinhos. Jovens apaixonados andavam de mãos dadas por entre as flores de várias cores e uma linda vista dos contornos da cidade podia ser avistada de longe.
À medida que o homem na janela descrevia tudo isso em perfeição de detalhes, o homem do outro lado do quarto fechava seus olhos e imaginava a cena pitoresca.
Numa tarde quente o homem na janela descreveu um desfile passando na rua lá embaixo.
Apesar de o outro homem não conseguir ouvir nada ele podia vê-la. Com os olhos de sua mente, na medida em que o homem na janela ia retratando tudo com palavras descritivas.
Dias passaram, semanas passaram.
Numa manhã, a enfermeira do dia chegou para trazer água para banhá-los e descobriu que o homem na janela não era mais do que um corpo sem vida – o companheiro da janela morreu enquanto dormia. A enfermeira entristecida se foi e chamou os assistentes para retirarem o corpo.
Assim que lhe pareceu apropriado, o outro homem pediu se podia ser transferido para a cama perto da janela. A enfermeira ficou contente em poder ajudá-lo e depois de se certificar que ele estava confortável, ela o deixou sozinho.
Vagarosamente, e cheio de dor, ele se apoiou num cotovelo para dar uma olhada no mundo real lá fora.
Ele se contorceu para lentamente virar para olhar pra fora da janela ao lado de sua cama.
A janela dava para uma parede branca.
O homem então perguntou à enfermeira o que podia ter impulsionado seu companheiro falecido a descrever tantas coisas bonitas lá fora.
A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem mesmo enxergava a parede branca.
E disse: “Talvez ele só quisesse te animar”
Moral da história:
Há uma tremenda alegria em fazer outras pessoas felizes, apesar de nossos próprios problemas. Dor compartilhada diminui pela metade, mas a alegria, quando dividida é duplicada. Se você quiser se sentir rico, conte todas as coisas que você tem que o dinheiro não pode comprar.
“O hoje é um prêmio, por isso é chamado de presente.”

Thursday, February 3, 2011

O TRIPÉ DA BOA HUMANIDADE

N
um mundo tão repleto de negatividade, onde o homem já não se dói ao ver uma cena passível de misericórdia, o que se pode esperar de nossos irmãos? Num cenário de desolação que já não toca mais o coração de quem a vê, o que esperar?
Num século depois de vários outros quando o limite da razão já foi ultrapassado, quando filosofias admiráveis foram lançadas ao vento e o que resta é lixo... o que virá? No mundo de hoje não se entende o significado de respeito, honestidade e solidariedade como antes. Filhos não respeitam seus pais como antes. Políticos são caracterizados como desonestos e a solidariedade anda cada vez mais distante nós. O respeito é o princípio básico que se sobrepõe a quaisquer atitudes desprovidas de razão. A honestidade é a certeza de integridade moral. A solidariedade é o que nos faz bons humanos.
Três pilares que vêm ruindo ao longo das décadas, fazendo a imponência inabalável dos seres racionais que somos balançar. Já não somos tão racionais assim, não é mesmo? Pensemos e comparemo-nos aos animais chamados de selvagens e irracionais: O pingüim imperador, por exemplo, vence uma maratona e vive seguindo regras que jamais são transgredidas por seus semelhantes. Quando a fêmea põe o ovo, ela o segura entre suas patinhas, não deixando que ele encoste no chão para não congelar. Enquanto ela segura seu ovo, o macho vai à caça. Quando o macho volta, ele toma o ovo das patas da fêmea que, exausta, sai para caçar. Vejam bem: dois animais irracionais que se respeitam, são honestos em seus sentimentos pela vida e solidários para com o próximo. Com esse tripé, a vida se enaltece depois de meses. E onde está a irracionalidade?
Não nos cabe escrever um manual de como respeitar, como sermos honestos e solidários já que para tal seriam necessárias infinitas páginas. Cabe-nos semear e fazer florescer e frutificar em nós próprios e nos demais a essência do que há de mais humano e benéfico na face da terra. Sejamos respeitosos, honestos e solidários! Quem sabe reafirmando esses três valores nós possamos resgatar positividade a este mundo por nós tão desamparado. Quem sabe possamos ouvir mais notícias boas na TV. E, sobretudo, quiçá possamos de fato termos ordem e progresso no mundo.